Em nossa igreja mãe, temos determinadas datas que nos levam a aumentar um pouquinho mais a nossa intimidade com Deus, a exemplo do Natal, onde as famílias se reúnem em torno do altar para celebrar a memória do nascimento do nosso Senhor Jesus Cristo.
Outro exemplo de
data que nos aproxima muito do nosso Deus é a Quarta-feira de cinzas.
Nesta data, nós católicos somos convidados a durante 40 dias sair um
pouquinho da nossa “zona de conforto” e modificar alguns hábitos não tão
interessantes.
Durante a quaresma, relembramos os quarenta dias em que Jesus ficou em completa oração no deserto, sendo assim tentado pelo mal.
A experiência
do deserto nos faz refletir sobre a possibilidade do espírito ser mais
forte do que a carne, ou seja, nos demonstra que somos mais fortes do
que os nossos desejos, somos os senhores de nossas ações e não somos
dominados pelos impulsos.
Leva-nos a
dizer “Bebida, sou eu que te domino e não você que manda em mim”, “Sexo,
você não tem nenhum poder sobre mim, pois eu que comando os meus
desejos”, “Pecado da língua (calúnia/injúria/difamação) vocês não podem
comigo, pois sou mais forte do que vocês”. O deserto nos faz dar valor
àquelas coisas que para nós eram meros “automatismos”, pois como tive a
oportunidade de comentar certa vez em um texto, damos valor àquilo que
perdemos.
Ora,
a sociedade hoje não costuma mais amar as coisas, as pessoas, não amam o
desenvolver da caminhada, pois fazemos tudo de forma automática,
comemos e bebemos de forma automática, conversamos com os outros de
forma automática, não dando valor às experiências que estas práticas
podem nos fazer, nos tornamos verdadeiras marionetes que deixam a vida
nos levar, sem termos controle ou discernimento em nossas ações, nos
tornando assim prezas fáceis para o inimigo, preferimos, pois, os
atalhos das coisas, não preparamos nossa comida, temos o “fast food”,
não lemos um livro, preferimos o resumo, não queremos o namoro santo,
mas sim antecipar as experiências do casamento.
Por isso o
Senhor Jesus aceitou a experiência do Deserto, para nos mostrar que a
única forma de vencer o mal é a oração, a perseverança. É valorizar as
etapas, pois ele estava se preparando para a sua Paixão, Morte e
Ressurreição. Jesus como verdadeiro Deus não necessitava do deserto, mas
como verdadeiro homem, precisava dominar os impulsos que nós “homens”
temos que suportar.
O Deserto nos
dá uma grande lição, qual seja, nos conhecer melhor, conhecer nossos
limites, conhecer a força que temos, até onde vai a nossa perseverança e
onde podemos chegar com as orações. O deserto nos remete a um local
onde não temos grandes mordomias, mas sim um lugar onde devemos conhecer
a força que possuímos para vencê-lo, nos leva a analisar os passos que
daremos, pois senão nunca conseguiremos atravessá-lo, devido o sol
forte, a falta de água e de sombra, mas se conseguimos transpô-lo,
teremos certamente uma linda relva esperando e assim seremos mais fortes
do nunca.
Desta forma,
vivamos a quaresma plenamente, não façamos do sinal da cruz traçado em
nossa testa um mero simbolismo de fé, mas sim um desejo incomparável de
mudança.
CONVERTEI-VOS E CREDE NO EVANGELHO.
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